quarta-feira, 31 de março de 2010

Hoje um Homossexual irá morrer e outro irá chorar


Por conta de uma colaboração maravilhosa de um leitor do blog da Homofobia Já Era, Valdeck Almeida de Jesus, faço meu e acrescento neste título mais um fato para o texto a seguir.

Pouco importa que um indivíduo nos odeie, nos desfaça e chegue a expressar nojo pela nossa presença. Já fomos bem mais escorraçados que isso. Pouco importa que este mesmo indivíduo destile seu ódio, ainda que calculado, como forma a se distanciar do nosso jeito de ser criando a ilusão que há um "lado do bem" e um "lado certo" em oposição a um "lado do mal" e "errado". A toda hora e a todo instante somos classificados assim. Mesmo quando acreditamos que somos aceitos ou tolerados.

Nas suas costas, assim que você sai. À sua volta, assim que você passa. Na hora que você recebe o troco, paga a conta ou desconta um cheque. Não é paranóia. Nem perseguição. É simplesmente o lugar-comum. Viadinho, bichinha, maricona ou boiolão. E pouco importa sua cor, pouco importa seu título de mestre ou doutor. Ou seu emprego bem-remunerado do concurso público. Não se iluda. Não há respeito.

Pois você é a peste. Você é a doença ambulante. Você é o pecado. Você é o vício. Você é o fim da família.

Não acredite na segurança de seu carro blindado, do seu celualr programado, nem das sete fechaduras na sua porta ou no seu cão bem treinado. Você será atingido de alguma forma. Quando ligar a TV, quando acessar a internet ou quando passar pelo estádio de futebol. É sem maldade é claro. Mas está lá sempre ecoando na sua cabeça: viado, filha da puta, vai se foder, tem que morrer.

E assim você se agrupa, vai nos barzinhos gls, não dá pinta, não fecha, não ferve, não vive, não trepa, não age. Assim você fica em frente a TV torcendo para que um gay, tão indefeso e tão vulnerável como eu ou você, revide, lave sua alma, se vingue. Ainda que esse gay não seja aquele que você quer pra você pois ele é fresco demais, biba demais, afetado demais.


Mas você se indigna, sempre. Afinal você faz partee de comunidades contra a homofobia, até a dona de uma comunidade que você participa vai estar num realitiy show e, com certeza, vai lutar por você. Afinal o mundo mudou. Todo mundo é simpatizante. Todas os lugares estão cheios de "amigos dos gays".

Então porque milhões de pessoas (mas foram todos manipulados, hackers homofóbicos, a mídia cristã, etc,etc,etc) resolvem dar um basta nesta sua festa colorida? Ou você acha que essas paradas gays, que viraram uma micareta sexual e sem vergonha, não agride as famílais de bem? Ou você acredita que só os evangélicos estão de olho em você?

Todos estão de olho em você. Seu vizinho olha seu lixo gay. Seu patrão olha seu jeito gay de trabalhar. Seu cunhado olha seu jeito carinhoso com seu sobrinho. Seu amigo hetero olha onde você coloca a mão quando senta no banco do passageiro. Seu namorado olha para você se você está dando muita pinta. Seu inimigo acompanha você passo a passo.

Por isso, quando você pensa o porquê do seu país escolheu premiar quem lhe odeia, um homossexual está chorando pois seu pai ou sua mãe o odeia e lhe disse isso minutos atrás e até mesmo o estapeou para ver se "resolve a virar macho ou mulher". E quando você disser que isso não tem a nada a ver com você, afinal de contas você é um ser humano acima de rótulos e detesta "esse povo do gueto", um homossexual vai ser agredido saindo da aula, saindo da boate ou quando descer do ônibus no seu bairro humilde. Agredido ,e se não tiver sorte, até a morte.

Por isso, não se surpreenda se o big brother da TV detestou você. Desligue o aprelho e olhe o redor. É pior.

Bem pior que o que você acha que vê...



Texto retirado da comunidade Homofobia já era http://http//www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=65754

Escrito por Luiz C.

domingo, 28 de março de 2010

Hora do Planeta


O sábado à noite foi menos iluminado em todo o mundo para lembrar a todos que o planeta corre o risco de ‘apagar’, devido ao aquecimento global. Em todo o País, 19 capitais e outras 46 cidades aderiram ao movimento Hora do Planeta, iniciativa da Rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas.”

Fala sério!
Eu já contribuo pro meio ambiente, não jogo lixo nas ruas, etc, etc, etc.
De que adianta apagar por uma hora e amanhã jogar lixo na rua?
Não digo de todos, mas a wood face de muita gente é incrivel. Entram na modinha da “hora do planeta” por uma hora durante um dia do ano. E os outros 364 dias? Cumprem com seu dever de cidadão “ecologicamente correto”?
As autoridades nunca entram em consenso de como diminuir os impactos, fazem N encontros, o último em Copenhague – Dinamarca, e adivinhem o resultado? Sem consenso. E o povo?! Ah sim, esse adora fazer uma sujeirinha.
Daí, inventam a “Hora do Planeta”, que é pífio se comparado com o que causamos. E sem essa "mas é um começo", apagando lâmpadas? Não é apagando lâmpadas por uma hora que se muda o pensamento/atitude de um indivíduo.

Então alguém me disse: “Renan, o ato de apagar luzes é só para conscientização”.

Apagaram as luzes, e aí? Conscientizou alguém? Duvido que apagar luzes crie alguma conscientização efetiva.
Ainda estamos longe de conseguir alguma “conscientização válida” quando se trata de meio ambiente.
Depois de escrever tanto a palavra conscientização, espero que se conscientizem!
Traz o pão que o circo tá armado.
C yah!
Até...

BBB 10 – E caem as máscaras, 27 de Março de 2010.




O fato não é derrota ou vitória da comunidade gay, como ouvi falar e já li por aí. Mas sim a estirpe da pessoa que está sendo venerada, nem preciso falar pois já devem saber.

Fiquei chateado com o resultado sim, não por defender um gay por ser gay, mas por este programa ter servido de base para que muita gente se sentisse a vontade de expor seu preconceito, chingar, e percebi que isso não se restringe ao jogo.

Várias pessoas receberam chingamentos em suas páginas na internet, por simplesmente não concordar com atitudes de uma pessoa, eu fui uma delas, Jean, ex-BBB também, entre outras pessoas, e o pior, muitas com ameaças de morte.
Pude notar que o preconceito estava latente, e precisava de uma válvula de escape, o dito programa fez isso.

Não me importaria que eliminassem os gays por serem falsos, etc., etc. e etc., o que me deixa pasmo, são os motivos que li por ai e ouvi também: “Viado tem mais é que morrer!”, “Bicha não serve pra nada!”, “A pior coisa foi ter misturado gays com seres humanos.” Isso foi só uma mostra de como o preconceito está mais presente do que se imaginava.

O que esse BBB me trouxe foi nada que mais a verdadeira face que estava velada. Estava escondida a prepotência do povo, do preconceito, do pseudo estado laico, a aceitação do retrocesso social como se fosse algo positivo. É tanta coisa, seria capaz de fazer uma enciclopédia falando que essas pessoas não são o que parecem, pois muitas se diziam tolerantes.

É uma sociedade em que não se nasce com orgulho de ser brasileiro, aprende-se a ser assim. Não vejo pela internet, ou por amigos que moram no exterior, programas exaltando o orgulho nacional daquele país. Agora aqui, de meia em meia hora passa algo na televisão e logo depois: ORGULHO DE SER BRASILEIRO.
Nunca ouvi ou li "Orgulho Francês", "Orgulho Mexicano", porque lá se tem e não se cria orgulho. É como se quisessem condicionar isso na mente de cada um. Amo meu país, mas não consigo ver algo tão fortificante que me faça poder exaltá-lo tanto, um povo de faces falsas, que se diz tolerante quando numa oportunidade, faz destruições de uma imagem e se deixa manipular por minorias.

Sinceramente, é de rir da hipocrisia de um país onde um gay tem que andar cercado por seguranças, onde um ser pífio é tido como ídolo. Eu tinha teoria de que BBB era futilidade, não deixa de ser, porém reflete muito a sociedade e seus preconceitos.

Conversando com um amigo, ele me apontando certas coisas, cheguei a conclusão de que vale ressaltar que o problema não é o protagonista deste reality, ele é apenas a conseqüência do problema que é o povo e a Vênus Platinada. Isso nada mais é do que o costume que temos de jogar a culpa de forma que pareça simples de ser resolvido. Afinal é fácil proferir: “Ah! Ele não presta, bla bla bla...”. Essa não é a principal questão, existem pessoas muitos piores por aí, mas sim as formas de como os meios de comunicação usam essa amostragem (que poderia ser usada como grande tema de um artigo para o desenvolvimento humano do povo brasileiro) para provocar sensacionalismo e violência.

Antigamente era até meio impossível de se saber as coisas, hoje não, temos uma visão social do mundo e as coisas positivas não refletem, parecem repelir. É incrível!

E quando imaginei que o Brasil estava no caminho certo para se tornar friendly, vi a verdadeira face de pessoas que se apoiaram em um programa para expressarem sua intolerância.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Paradoxo da Modernidade Digital


Informação imediata, espontaneidade, comunicação facilitada. A era da velocidade. É nela que o homem moderno está inserido. O grande avanço tecnológico ocorrido no século XX, em especial a internet, provocou mudanças estruturais na sociedade atual. Tais processos tornaram-se um meio de aproximação entre povos. Entretanto, o modo defasado de distribuição dessa tecnologia tem contribuído para um afastamento maior entre as pessoas, criando um verdadeiro paradoxo da modernidade digital.

No momento em que o progresso tecnológico atingiu a troca de informações, foi possível diversificar os conteúdos transmitidos e acelerar as interações entre membros de diferentes partes do mundo. Foram rompidas barreiras nacionais e iniciou-se a criação de um modo de pensar global.

Apesar da criação desta cultura mais homogênea, só participam desse processo os indivíduos que podem pagar o preço por todo este serviço. Como a divisão de renda básica é extremamente desigual, vemos que apenas uma minoria privilegiada pode usufruir desta globalização, atenuando um abismo social já existente e ocasionando um fenômeno conhecido como “apartheid digital”.

Além do afastamento causado pelas desigualdades econômicas, existe um isolamento individual por causa de uma supervalorização dos contatos realizados por computador. Os usuários estão trocando o contato direto com os amigos da escola, por exemplo, por longas conversas com amigos virtuais. Ou seja, cada um fica sozinho com seu computador fragmentando a própria comunidade.

Então, ao analisarmos os efeitos da inserção do computador nos meios de comunicação, vemos a formação de um paradoxo digital formado pela junção de um progresso da globalização com um de exclusão social. E é preciso quebrar este paradoxo promovendo uma integração dos excluídos neste processo de globalização para trazer um desenvolvimento merecedor deste novo milênio.

500 Anos de Pulos da Cerca


Não é de hoje que padres têm dificuldades em permanecer virgens por toda vida. No século XVIII, segundo estudo da professora Lana Lage, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, pelo menos 425 padres brasileiros foram processados pela inquisição por “solicitar”, ou seja, fazer certas propostas às fieis durante confissão. Nos conventos, noviças também sofriam com os males da carne. Mais por fofocas que por registros oficiais, sabe-se que algumas eram chamadas de “gradeiras” (safadxënhas –q). É que, como os claustros eram fechados por grades, o jeito era consumar o ato pelos vãos das grades (elas atoravam péringon). Sobre os capelães dos engenhos de cana-de-açúcar do Nordeste, Gilberto Freyre, autor de Casa Grande & Senzala, chegou a dizer que alguns deles tinham a função de fazer as escravas procriarem (Aham Claúdia, senta lá!). “O Freyre exagera. Os padres do baixo clero que ganhavam mal e exerciam funções burocráticas do governo, tinham uma vida comum à das classes populares portuguesas, com mulheres e filhos”, diz Luiz Geraldo da Silva, professor de História da Universidade Federal do Paraná. A exigência do celibato (ausência de sacanagem), instituída no ano 1123, só passou a ser rígida no século XIX, quando a Igreja Católica, separada dos poderes do governo, resolveu distanciar-se da vida comum em busca de uma imagem sagrada, angelical, comportadinha.