domingo, 28 de março de 2010

BBB 10 – E caem as máscaras, 27 de Março de 2010.




O fato não é derrota ou vitória da comunidade gay, como ouvi falar e já li por aí. Mas sim a estirpe da pessoa que está sendo venerada, nem preciso falar pois já devem saber.

Fiquei chateado com o resultado sim, não por defender um gay por ser gay, mas por este programa ter servido de base para que muita gente se sentisse a vontade de expor seu preconceito, chingar, e percebi que isso não se restringe ao jogo.

Várias pessoas receberam chingamentos em suas páginas na internet, por simplesmente não concordar com atitudes de uma pessoa, eu fui uma delas, Jean, ex-BBB também, entre outras pessoas, e o pior, muitas com ameaças de morte.
Pude notar que o preconceito estava latente, e precisava de uma válvula de escape, o dito programa fez isso.

Não me importaria que eliminassem os gays por serem falsos, etc., etc. e etc., o que me deixa pasmo, são os motivos que li por ai e ouvi também: “Viado tem mais é que morrer!”, “Bicha não serve pra nada!”, “A pior coisa foi ter misturado gays com seres humanos.” Isso foi só uma mostra de como o preconceito está mais presente do que se imaginava.

O que esse BBB me trouxe foi nada que mais a verdadeira face que estava velada. Estava escondida a prepotência do povo, do preconceito, do pseudo estado laico, a aceitação do retrocesso social como se fosse algo positivo. É tanta coisa, seria capaz de fazer uma enciclopédia falando que essas pessoas não são o que parecem, pois muitas se diziam tolerantes.

É uma sociedade em que não se nasce com orgulho de ser brasileiro, aprende-se a ser assim. Não vejo pela internet, ou por amigos que moram no exterior, programas exaltando o orgulho nacional daquele país. Agora aqui, de meia em meia hora passa algo na televisão e logo depois: ORGULHO DE SER BRASILEIRO.
Nunca ouvi ou li "Orgulho Francês", "Orgulho Mexicano", porque lá se tem e não se cria orgulho. É como se quisessem condicionar isso na mente de cada um. Amo meu país, mas não consigo ver algo tão fortificante que me faça poder exaltá-lo tanto, um povo de faces falsas, que se diz tolerante quando numa oportunidade, faz destruições de uma imagem e se deixa manipular por minorias.

Sinceramente, é de rir da hipocrisia de um país onde um gay tem que andar cercado por seguranças, onde um ser pífio é tido como ídolo. Eu tinha teoria de que BBB era futilidade, não deixa de ser, porém reflete muito a sociedade e seus preconceitos.

Conversando com um amigo, ele me apontando certas coisas, cheguei a conclusão de que vale ressaltar que o problema não é o protagonista deste reality, ele é apenas a conseqüência do problema que é o povo e a Vênus Platinada. Isso nada mais é do que o costume que temos de jogar a culpa de forma que pareça simples de ser resolvido. Afinal é fácil proferir: “Ah! Ele não presta, bla bla bla...”. Essa não é a principal questão, existem pessoas muitos piores por aí, mas sim as formas de como os meios de comunicação usam essa amostragem (que poderia ser usada como grande tema de um artigo para o desenvolvimento humano do povo brasileiro) para provocar sensacionalismo e violência.

Antigamente era até meio impossível de se saber as coisas, hoje não, temos uma visão social do mundo e as coisas positivas não refletem, parecem repelir. É incrível!

E quando imaginei que o Brasil estava no caminho certo para se tornar friendly, vi a verdadeira face de pessoas que se apoiaram em um programa para expressarem sua intolerância.

1 comentários:

Versos e Prosas de Victor Victório disse...

De certa forma foi até bom isso que o BBB fez, de selecionar gays no programa, pra tentar mostrar que não há preconceito entre essa seleção da emissora. Uma intenção aparentemente boa, mas que tá na cara que foi feita simplesmente para provocar um sensacionalismo. Mídia adora isso. O que é mais ridículo ainda.
Pior é ver como o telespectador reage. Ou melhor, o povo brasileiro reage. É deprimente ver a mediocridade dita por ele. Ou seja, o Brasil está a caminho de muita coisa: da ignorânica, ganância, sei lá. Porém, menos de se se tornar um "friendly".

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