terça-feira, 30 de novembro de 2010

Bom Crioulo


Romance de Adolfo Caminha publicado em 1895; Considerada a primeira obra que trata sobre homossexualidade na história da Literatura Ocidental.

Bom Crioulo escandalizou na época, pois trazia temas tabus para aquela sociedade: um romance homossexual de um negro foragido e um efebo branco. Não bastasse a abordagem polêmica, e o período da narrativa que datava de momentos bem anteriores à abolição, Adolfo Caminha narra o romance num ambiente militar, afinal tanto Amaro - o escravo - quanto Aleixo - rapaz branco - serviam à Marinha.
Obra corajosa: assim classifico este romance. Se hoje seria um tanto chocante aceitar um romance interracial e homoafetivo, porque, aos bons grados ou não, nossa sociedade ainda tem um preconceito muitas vezes velado para muitas questões. Não preciso citar situações ou causas eventuais, basta olhar no seu cotidiano e perceber a  manifestação desse preconceito. Agora imaginem lançar uma obra numa época em que as mulheres nem podiam usufruir dos direitos civis? Em que mesmo depois da abolição havia tráfico negreiro interno? Por estes e outros motivos é que Bom Crioulo é o Magnum Opus de Adolfo Caminha.

Resumo:
Amaro é um escravo fugitivo que anseia por ser dono de seu próprio destino, usufruir de liberdade plena. Rapaz dedicado, forte, viril, por isso chamado de Bom Crioulo.
Seu sonho suave de levar uma vida em liberdade começa a se tornar realidade quando ele é aceito na Marinha, mas tudo mudaquando ele conhece Aleixo, um "grumetezinho" de 15 anos, olhos verdes, loiro... Amaro nunca havia sentido tal sensação, nem mesmo pelas mais belas mulheres que já havia visto.
O Negro, ao observar a vulnerabilidade do menino naquele ambiente militar, passou a oferecer-lhe proteção... E Aleixo começa a se afeiçoar por tal dedicação do Bom Crioulo.
O destino da embarcação em que se encontravam era Rio de Janeiro. Assim que desembarcassem, iriam os dois juntos morar numa pensão e onde se amariam quando estivessem de folga. No entanto, tudo estava prestes a mudar quando D. Carolina, dona da pensão, passou a fazer parte da vida deles.
Ler o Bom Crioulo não é apenas viajar no tempo, conhecer costumes, comportamentos proibidos... É uma envolvente narrativa naturalista que vai além de um simples período histórico... além de um romance qualquer.

1 comentários:

..::voy::.. disse...

quero ler. mas tem tanto livro na fila...

bjs do voy

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